As transformações nos ecossistemas terrestres têm mobilizado o setor privado para mitigarem os efeitos das mudanças climáticas, mas esses esforços precisam acontecer em maior quantidade e velocidade. O relatório do CDP Latin America analisou as respostas de 1.323 empresas brasileiras que responderam seu questionário de mudanças climáticas em 2022 para avaliar como elas estão lidando com as mudanças do clima.
As empresas são pontuadas de D- a A- de acordo com o progresso da sua gestão ambiental corporativa. A avalição e atribuição das notas consideram as metas do Acordo de Paris, grande marco internacional para o combate às mudanças climáticas. Para que as empresas estejam alinhadas a essas metas, é essencial que tenham instrumentos como inventários, metas e iniciativas de redução de gases de efeito estufa.
Do ponto de vista da governança os melhores indicadores de ação climática das empresas estão relacionados a sua organização, considerando a supervisão do conselho para temas relacionados às mudanças climáticas, como iniciativas de redução de gases de efeito estufa e biodiversidade. Das empresas analisadas, 55% têm alguma supervisão do seu conselho no tema de mudanças climáticas. Além disso, houve um aumento de aproximadamente 70% no número de empresas que realizam inventários sobre sua emissão de gases de efeito estufa em relação a 2021.
Apesar desses dados positivos, 18% das empresas possuem metas de descarbonização e 13% têm um plano de transição climática. Os resultados do relatório demonstram que até os setores que obtiveram maiores notas, como Geração de Energia e Combustíveis Fósseis, ainda não estão totalmente alinhados às metas do Acordo de Paris.
Esse cenário indica que as empresas brasileiras, principalmente aquelas listadas na bolsa de valores, já olham para as mudanças climáticas e estão passando a integrar métricas relacionadas a esse assunto em sua estratégia corporativa. A necessidade agora é que esse planejamento possa ganhar escala e também se transformar em ações a serem implementadas, garantindo que as corporações avancem em direção às metas do Acordo de Paris e contribuam para a redução de emissões à nível nacional e global, garantindo um futuro próspero que funcione para as pessoas e o planeta.