Ferramentas em mudanças climáticas para investidores
A maior autoridade científica em mudanças climáticas, o IPCC, (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas) mencionou, em seu último relatório, que há mais de 50% de chance de superarmos o aquecimento global acima de 1.5°C nos próximos 20 anos se as emissões continuarem nas taxas atuais.
Tendo em vista que cada grau de aquecimento desencadeia inúmeros impactos negativos, os cenários para investimentos no longo prazo são atrelados aos riscos climáticos, que podem ser, em um curto prazo de tempo, o risco mais expressivo dentro da carteira de investimentos das instituições financeiras.
Claramente, não é trivial prever como os riscos climáticos vão afetar cada carteira de investimento. Os cenários trazidos pelo IPCC trazem aos investidores um direcionador do que é necessário fazer para reduzir a exposição a esses riscos, e aponta aos investidores uma trajetória que pode, não só reduzir a exposição ao risco, mas também, apoiar em uma transição para uma economia de baixo carbono.
Hoje, vemos os investidores dando os primeiros passos para incorporar esses riscos em sua carteira, mas ainda são passos tímidos, quando comparados a velocidade que deveríamos estar caminhando para evitar um aquecimento acima de 2.0°C.
Um estudo recente realizado pela iniciativa Science-Based Targets, apontou que os principais índices do G7 estão fora do caminho desejado de 1.5°C. Mais precisamente, o estudo relatou que os índices dos países como Canada, Japão, Estados Unidos e Reino Unido estão em um caminho de 3.1°C, já Alemanha, França e Itália estão alinhados com uma temperatura de mais de 2.7°C. No Brasil, apesar de não termos os números oficiais, é possível notar que estamos caminhando para uma temperatura de mais de 3.2°C, uma vez que uma parcela muito pequena das empresas listadas em Bolsa tem metas baseadas na ciência que foram aprovadas pela iniciativa.
Os investidores e o mercado financeiro têm um papel crucial neste momento em dois aspectos. O primeiro, para que seja solicitada mais ambição por parte das empresas para que estabeleçam Planos de Transição com metas críveis e compreensíveis, e o segundo para que de fato invistam em empresas e fundos que estejam comprometidos com uma economia alinhada a 1.5°C.
Para apoiar os investidores nessa caminhada, o CDP Latin América, com o apoio financeiro do ICS (Instituto Clima e Sociedade) forneceu uma série de ferramentas para que os investidores possam ser agentes catalisadores da mudança e possam verificar as empresas que contribuem ou não para o aumento da temperatura global. O resultado dessas ferramentas, como usá-las e sua relevância para o setor, podem ser encontradas neste link.
Referências: https://sciencebasedtargets.org/news/g7-stock-inde...